No noticiário das 13h de hoje da RTP, uma das notícias dizia respeito a uma cadela pastor-alemão que adoptara como filhos dois porquinhos, amamentando-os.
O caso passa-se em Vila Verde, Portugal. A cadela e uma mãe porca deram ambas à luz na mesma noite. Como a ninhada da porca era maior do que a sua capacidade de amamentação (11 tetas) e como a cria da cadela não sobrevivera, os donos de ambos os animais retiraram dois porquinhos e colocaram-na junto da cadela, a ver o que dava. E a cadela aceitou-os como filhos. Os donos prometem que esses dois porquinhos serão especiais e que não os hão-de matar, só morrerão de velhos!
Já não é novidade a adopção entre espécies diferentes. Mas são casos que, a nós sere humanos, ainda nos causa maravilhoso espanto. Porquê? Talvez pelo contraste de comportamentos. Muitas vezes ainda se faz selecção de cor de pele quando se trata de adoptar crianças. E vão abundando as notícias de pais e mães naturais que abandonam, maltratam e molestam sexualmente os próprios filhos, mesmo bebés. Isaías 49:16 certifica esse facto.
Numa aula de Psicologia da Educação, do curso de Profissionalização em Serviço que estou a fazer na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o professor apresentou uma série de lugares comuns sobre o comportamento humano e convidou-nos a pronuciarmo-nos sobre os que achávamos verdadeiros e falsos. Um deles era sobre o instinto materno no ser humano. Assim, ao contrário do que comummente se pensaria, o instinto materno seria inexistente no ser humano, mas herdado geneticamente nos animais. No ser humano, seria um comportamento adquirido.
Face aos casos expostos, não será verdeira esta conclusão? Suponho que esta se baseia em estudos sobre o comportamento das espécies, e não numa simples especulação filosófica. Será que o pecado, a velha doutrina bíblica fora de moda segundo a qual o homem é um ser tendencial e prevalentemente degenerado é suficiente para explicar tudo isto? Estou inclinado a responder afirmativamente.
Mães e pais que lerem este texto, pronunciem-se.
Nova vida, abundante vida, tudo quanto pode proporcionar um encontro pessoal e radical com uma pessoa especial. A contracultura da nova criação, em Jesus Cristo. N.B.: Este blog está em desacordo com o chamado novo acordo ortográfico de 1990.
terça-feira, fevereiro 28, 2006
quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Tese de doutoramento
Vem aí a defesa da minha tese de doutoramento. Está marcada para dia 1 de Junho. É dia da criança. Pois é, tem tudo a ver: esse é o dia do doloroso parto de um novo bebé, a minha tese :)
sábado, fevereiro 18, 2006
Verdade?!
Tenho ouvido dizer a sábios e pensadores que devemos temer ou evitar aqueles que dizem ser a sua convicção a verdade.
Eu, que de sábio pouco considero ter, perguntarei: que mal há nisso? que mal há em aspirar à verdade? Teremos de nos conformar com uma síndroma de Pôncio Pilatos, aquele que perguntou a Jesus o que era a verdade, querendo com isso duvidar da verdade, de todas as verdades, ou querendo negar-lhe e secá-la do absoluto e aceitando-a ao concurso das coisas meramente relativas e contingentes, como relativista e de contingência era o mundo nesses dias? Um homem cuja verdade consistia em prestar contas ao imperador de Roma da manutenção da ordem na província que lhe fora confiado superintender (conforme a interpretação de A Paixão de Cristo de Mel Gibson)?
Há realmente perigo nos donos da verdade?
Mas afinal, quem se acha dono da verdade? Eu não, e no entanto temos convicções enraizadas e creio em absolutos, que estes não são mera abstracção ou utopia.
Eu não sou dono da verdade. A Verdade, sim, é que é minha dona.
Eu, que de sábio pouco considero ter, perguntarei: que mal há nisso? que mal há em aspirar à verdade? Teremos de nos conformar com uma síndroma de Pôncio Pilatos, aquele que perguntou a Jesus o que era a verdade, querendo com isso duvidar da verdade, de todas as verdades, ou querendo negar-lhe e secá-la do absoluto e aceitando-a ao concurso das coisas meramente relativas e contingentes, como relativista e de contingência era o mundo nesses dias? Um homem cuja verdade consistia em prestar contas ao imperador de Roma da manutenção da ordem na província que lhe fora confiado superintender (conforme a interpretação de A Paixão de Cristo de Mel Gibson)?
Há realmente perigo nos donos da verdade?
Mas afinal, quem se acha dono da verdade? Eu não, e no entanto temos convicções enraizadas e creio em absolutos, que estes não são mera abstracção ou utopia.
Eu não sou dono da verdade. A Verdade, sim, é que é minha dona.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
A Justiça merece confiança!
Quantas vezes os Portugueses desesperam contra a justiça — e com razão. Porém, afirmo que vale a pena confiar na justiça. Não o digo por mero wishful thinking, por crença humanista de que os valores ainda são o que são e que estão acima das conveniências e das fintas que os homens lhes dão. Afirmo por saber que há níveis de justiça e por saber que se pode apelar a um nível superior quando um inferior e comum eventualmente falha, ou não faz a justiça que esperamos, assistindo-nos a razão. Deus, não outro, é esse nível superior de justiça — o Juiz do Supremo Tribunal de Justiça do Universo. O advogado que nos pode assitar — Jesus.
No dia 2 deste mês foi o julgamento, da acusação deduzida contra um casal de pais e encarregados de educação de um aluno que tive, por agressão e ameaça contra mim, a 21 de Abril do ano passado, no âmbito das minhas funções como director de turma do filho, entre 2003 e 2005, e por desagrado deles relativamente à minha actuação nessas funções. Foi o caso que apliquei, juntamente com o Conselho Executivo da EB 2,3 onde exercia, um castigo a esse aluno e a outros cinco por, na sequência de uma brincadeira de que resultou um vidro partido. O castigo consistia não só em pagar solidariamente o vidro, mas também a cumprir um serviço cívico na escola.
Ora, o aluno, com a cumplicidade dos pais, recusava-se a sujeitar-se às regras da escola. Certo tarde, ao fim das aulas, repreendi o aluno por se insistir em fugir às suas responsabilidade, pois os colegas estavam a cumprir o castigo. Diante da professora de Educ. Física (a última aula do dia), disse-lhe que, por minha vontade, ele cumpriria de imediato o castigo e que este teria prioridade sobre o treino de futebol (1º obrigações depois as devoções). O aluno reagiu com rispidez e acto contínuo telefonou para o pai a dizer que eu não o queria deixar sair da escola. Por minha parte, continuei a conversar com a minha colega, após o que saí.
Estava sem carro, e ao dirigir-me a pé para casa, os pais desse aluno passam por mim, abordam-me, com má educação, insistindo em argumentar comigo, e a mãe acaba por me dar uma bofetada, embora sem me causar dor. E recebi ainda ameaças do marido, que sabiam onde eu morava. Sempre os procurei chamar à razão, observando que assuntos de escola se tratam na escola, e aconselhando-os a ponderar o tipo de educação que davam ao filho. Reagi com o sangue frio que me foi possível. Fiz-lhes saber que apresentaria queixa deles, ao que o casal manifestou a arrogante confiança de não haver testemunhas, replicando que eu é que tinha de me tinha aproximado da senhora para a agredir. O acto não me surpreendeu, pois já desde o ano anterior ouvia, de alunos e pais, não só do filho como do próprio pai, que um dia este me faria uma espera. Só me surpreendeu a autoria, pois não esperei que o extremo acto partisse da parte da senhora, e não do marido.
Já foi excelente que acusação tivesse sido deduzida — pois, segundo a advogada do meu sindicato, seria de prever arquivamento por não haver testemunhas do acto, uma vez que, em caso de dúvida, decide-se a favor do réu. Melhor ainda, a celeridade, contrariamente ao habitual. Na sequência da dedução de acusação, a advogada oficiosa de defesa propôs um acordo de desistência da minha parte, contra um pedido de desculpas dos arguidos perante a juiz. Desde o início era a minha pretensão. No entanto, dado o facto de eu ser funcionário público, o crime tornava-se qualificado e a juiz não admitiu, face à lei, a desistência, tornando-se necessário o julgamento.
A poucos minutos do início da audiência, a advogada tenta novo acordo comigo: desistência da acusação de ameaça, ficando em julgamento apenas a agressão e a mãe do aluno. Normalmente é com dificuldade que digo não a um vendedor, pelo que hesitei um pouco. Quis saber o que eu ficaria a ganhar com essa desistência, visto que esperava a responsabilização dos arguidos pelos dois crimes e que as suas consciências os acusassem de ambos os crimes, e não de apenas um, o que de contráeio se traduziria num acto de sacudir água do capote. Nisto, intrometeu-se na conversa a procuradora adjunta do Ministério Público:
— O Sr. Dr. não tem de desistir de nada.
A advogada de defesa tentou argumentar que eu poderia optar por essa desistência, mas a procuradora insistiu. Bendita intromissão: mantive ambas as acusações e fomos para julgamento.
No julgamento em si, prestei declarações como testemunha, sendo o autor (acusador) o Ministério Público. A colega de Educ. Física confirmou que não prendi o aluno. Alunas confirmaram as bravatas do filho e as bocas do pai. O crime foi considerado qualificado, tanto mais porque contra um docente, funcionário público/administrativo. Contei o que se passou. Os arguidos, que inicialmente tinham sido aconselhados pela advogada oficiosa a pedir acordo e posteriormente a não prestar declarações, acabaram por prestá-las, negando que tenham feito alguma coisa, e alegando que que só conversaram comigo e que eu havia impedido o filho de sair da escola por alguns minutos. Afinal — perguntei-me — queriam um acordo em que supostamente me pediriam desculpa, mas de quê? Por não terem feito nada? Por terem levantado a voz comigo? Graças a Deus que não desisti de nenhuma acusação.
No fim pedi à procuradora adjunta que me informasse da sentença, marcada para uma semana depois. Estava algo incomodado pelas mentiras dessas pessoas. Mais uma vez, estou certo de que ela foi intrumento de Deus, com o conselho de não pensar nem mais um minuto nesse assunto, pois o meu testemunho fora, pelo menos em seu parecer, credível.
Este conselho sossegou-me, e entrei no repouso de Deus. Durante todo o processo, fiz o que deveria como filho de Deus: perdoei a essa família, confiei o caso a Deus, abençoei-os e pedi-Lhe que pusesse as suas consciências em carne viva, de forma a torná-las aptas a misericórida de Deus. Humanamente, estava algo inquieto, sentira-me um tanto incomodado, mas nunca amedrontado. Decidi confiar no meu Pai, e que Ele me faria Justiça, através da justiça humana. Mesmo que os arguidos fossem absolvidos, sabia que compareceriam diante do Supremo Tribunal do Senhor. Mais ainda, que colheriam o que semearam: o filho aprendendo dos pais o exemplo de que a mentira, a arrogância, a rebeldia, má educação, a patifaria são perfeitamente legítimas, e que isso um dia reverterá contra eles mesmos, e da parte do filho cujos golpes tanto amparam. Nada de novo, pois tantas e tantas vezes é assim. Tinha a convicção de que essas pessoas se haviam metido injustamente com a pessoa errada — um filho de Deus. Com efeito, a Deus pertence a vingança — tornou-se o meu lema.
Na semana de espera pela decisão judicial, ao falar com Deus sobre o assunto, ocorreu à minha mente um lugar em Provérbios, em que se diz algo como isto isto: que o tolo provoca dano e se embaraça com as palavras que profere da sua prória boca. Será talvez 18:7. Ganhei a certeza de que Deus agiria através daquela juiz. Lembrei-me também das garantias que Ele me dá no Salmo 37, em Isaías 54:17, contra a calúnia e a mentira dos injustos, dos ímpios, dos que recusam o amor e a bondade de Deus. Ele promete tudo fazer e fazer-nos brilhar como sol ao meio-dia!
Confiei absolutamente que Ele assim mo faria.
E hoje, dia 14, recebi fotocópia da sentença. O meu testemunho foi considerado sincero e credível, o desse casal não. Que tinha contradições e hesitações, que, ao contrário do que alegaram, não prendi o filho. Que foram culpados de ameaça e agressão. Como se tornara minha convicção, a forma como procuraram fugir à responsabilidade causou a si mesmos mais dano e foi agravante. Embaraçaram-se e perderam-se de facto com que o disseram. E foram condenados a pena de prisão, ou antes, por ser primeira vez que são arguidos em juízo, a multas que ascendem a quase 1000 € mais custos de tribunal e honorários da sua advogada. E soube, por um pai de um aluno dessa mimha ex-turma que assistiu à leitura da sentença, que a juiz asvertiu seriamente esse casal a habituar-se a tratar de assuntos de escola no lugar próprio, e não na via pública.
A decisão alegra-me. Não pedi indemnização. Fico por aqui. Desejo sinceramente que, pelo menos, nem que seja por temor de novamente incorrerem em justiça, aprendam a lição e procurem proceder mais civiliza e responsavelmente. Felicito Deus por me ter feito Justiça. Por a justiça humana ter funcionado. Por ter aliança com Ele, por Ele ter sido fiel a essa aliança.
Esta é a esperança e a confiança que os filhos de Deus têm. Esta esperança e confiança estão ao dispor de quem as desejar experimentar. Posso testemunhá-lo publicamente: fê-lo comigo.
No dia 2 deste mês foi o julgamento, da acusação deduzida contra um casal de pais e encarregados de educação de um aluno que tive, por agressão e ameaça contra mim, a 21 de Abril do ano passado, no âmbito das minhas funções como director de turma do filho, entre 2003 e 2005, e por desagrado deles relativamente à minha actuação nessas funções. Foi o caso que apliquei, juntamente com o Conselho Executivo da EB 2,3 onde exercia, um castigo a esse aluno e a outros cinco por, na sequência de uma brincadeira de que resultou um vidro partido. O castigo consistia não só em pagar solidariamente o vidro, mas também a cumprir um serviço cívico na escola.
Ora, o aluno, com a cumplicidade dos pais, recusava-se a sujeitar-se às regras da escola. Certo tarde, ao fim das aulas, repreendi o aluno por se insistir em fugir às suas responsabilidade, pois os colegas estavam a cumprir o castigo. Diante da professora de Educ. Física (a última aula do dia), disse-lhe que, por minha vontade, ele cumpriria de imediato o castigo e que este teria prioridade sobre o treino de futebol (1º obrigações depois as devoções). O aluno reagiu com rispidez e acto contínuo telefonou para o pai a dizer que eu não o queria deixar sair da escola. Por minha parte, continuei a conversar com a minha colega, após o que saí.
Estava sem carro, e ao dirigir-me a pé para casa, os pais desse aluno passam por mim, abordam-me, com má educação, insistindo em argumentar comigo, e a mãe acaba por me dar uma bofetada, embora sem me causar dor. E recebi ainda ameaças do marido, que sabiam onde eu morava. Sempre os procurei chamar à razão, observando que assuntos de escola se tratam na escola, e aconselhando-os a ponderar o tipo de educação que davam ao filho. Reagi com o sangue frio que me foi possível. Fiz-lhes saber que apresentaria queixa deles, ao que o casal manifestou a arrogante confiança de não haver testemunhas, replicando que eu é que tinha de me tinha aproximado da senhora para a agredir. O acto não me surpreendeu, pois já desde o ano anterior ouvia, de alunos e pais, não só do filho como do próprio pai, que um dia este me faria uma espera. Só me surpreendeu a autoria, pois não esperei que o extremo acto partisse da parte da senhora, e não do marido.
Já foi excelente que acusação tivesse sido deduzida — pois, segundo a advogada do meu sindicato, seria de prever arquivamento por não haver testemunhas do acto, uma vez que, em caso de dúvida, decide-se a favor do réu. Melhor ainda, a celeridade, contrariamente ao habitual. Na sequência da dedução de acusação, a advogada oficiosa de defesa propôs um acordo de desistência da minha parte, contra um pedido de desculpas dos arguidos perante a juiz. Desde o início era a minha pretensão. No entanto, dado o facto de eu ser funcionário público, o crime tornava-se qualificado e a juiz não admitiu, face à lei, a desistência, tornando-se necessário o julgamento.
A poucos minutos do início da audiência, a advogada tenta novo acordo comigo: desistência da acusação de ameaça, ficando em julgamento apenas a agressão e a mãe do aluno. Normalmente é com dificuldade que digo não a um vendedor, pelo que hesitei um pouco. Quis saber o que eu ficaria a ganhar com essa desistência, visto que esperava a responsabilização dos arguidos pelos dois crimes e que as suas consciências os acusassem de ambos os crimes, e não de apenas um, o que de contráeio se traduziria num acto de sacudir água do capote. Nisto, intrometeu-se na conversa a procuradora adjunta do Ministério Público:
— O Sr. Dr. não tem de desistir de nada.
A advogada de defesa tentou argumentar que eu poderia optar por essa desistência, mas a procuradora insistiu. Bendita intromissão: mantive ambas as acusações e fomos para julgamento.
No julgamento em si, prestei declarações como testemunha, sendo o autor (acusador) o Ministério Público. A colega de Educ. Física confirmou que não prendi o aluno. Alunas confirmaram as bravatas do filho e as bocas do pai. O crime foi considerado qualificado, tanto mais porque contra um docente, funcionário público/administrativo. Contei o que se passou. Os arguidos, que inicialmente tinham sido aconselhados pela advogada oficiosa a pedir acordo e posteriormente a não prestar declarações, acabaram por prestá-las, negando que tenham feito alguma coisa, e alegando que que só conversaram comigo e que eu havia impedido o filho de sair da escola por alguns minutos. Afinal — perguntei-me — queriam um acordo em que supostamente me pediriam desculpa, mas de quê? Por não terem feito nada? Por terem levantado a voz comigo? Graças a Deus que não desisti de nenhuma acusação.
No fim pedi à procuradora adjunta que me informasse da sentença, marcada para uma semana depois. Estava algo incomodado pelas mentiras dessas pessoas. Mais uma vez, estou certo de que ela foi intrumento de Deus, com o conselho de não pensar nem mais um minuto nesse assunto, pois o meu testemunho fora, pelo menos em seu parecer, credível.
Este conselho sossegou-me, e entrei no repouso de Deus. Durante todo o processo, fiz o que deveria como filho de Deus: perdoei a essa família, confiei o caso a Deus, abençoei-os e pedi-Lhe que pusesse as suas consciências em carne viva, de forma a torná-las aptas a misericórida de Deus. Humanamente, estava algo inquieto, sentira-me um tanto incomodado, mas nunca amedrontado. Decidi confiar no meu Pai, e que Ele me faria Justiça, através da justiça humana. Mesmo que os arguidos fossem absolvidos, sabia que compareceriam diante do Supremo Tribunal do Senhor. Mais ainda, que colheriam o que semearam: o filho aprendendo dos pais o exemplo de que a mentira, a arrogância, a rebeldia, má educação, a patifaria são perfeitamente legítimas, e que isso um dia reverterá contra eles mesmos, e da parte do filho cujos golpes tanto amparam. Nada de novo, pois tantas e tantas vezes é assim. Tinha a convicção de que essas pessoas se haviam metido injustamente com a pessoa errada — um filho de Deus. Com efeito, a Deus pertence a vingança — tornou-se o meu lema.
Na semana de espera pela decisão judicial, ao falar com Deus sobre o assunto, ocorreu à minha mente um lugar em Provérbios, em que se diz algo como isto isto: que o tolo provoca dano e se embaraça com as palavras que profere da sua prória boca. Será talvez 18:7. Ganhei a certeza de que Deus agiria através daquela juiz. Lembrei-me também das garantias que Ele me dá no Salmo 37, em Isaías 54:17, contra a calúnia e a mentira dos injustos, dos ímpios, dos que recusam o amor e a bondade de Deus. Ele promete tudo fazer e fazer-nos brilhar como sol ao meio-dia!
Confiei absolutamente que Ele assim mo faria.
E hoje, dia 14, recebi fotocópia da sentença. O meu testemunho foi considerado sincero e credível, o desse casal não. Que tinha contradições e hesitações, que, ao contrário do que alegaram, não prendi o filho. Que foram culpados de ameaça e agressão. Como se tornara minha convicção, a forma como procuraram fugir à responsabilidade causou a si mesmos mais dano e foi agravante. Embaraçaram-se e perderam-se de facto com que o disseram. E foram condenados a pena de prisão, ou antes, por ser primeira vez que são arguidos em juízo, a multas que ascendem a quase 1000 € mais custos de tribunal e honorários da sua advogada. E soube, por um pai de um aluno dessa mimha ex-turma que assistiu à leitura da sentença, que a juiz asvertiu seriamente esse casal a habituar-se a tratar de assuntos de escola no lugar próprio, e não na via pública.
A decisão alegra-me. Não pedi indemnização. Fico por aqui. Desejo sinceramente que, pelo menos, nem que seja por temor de novamente incorrerem em justiça, aprendam a lição e procurem proceder mais civiliza e responsavelmente. Felicito Deus por me ter feito Justiça. Por a justiça humana ter funcionado. Por ter aliança com Ele, por Ele ter sido fiel a essa aliança.
Esta é a esperança e a confiança que os filhos de Deus têm. Esta esperança e confiança estão ao dispor de quem as desejar experimentar. Posso testemunhá-lo publicamente: fê-lo comigo.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Manias & cias.
Recebi do Vítor Mota, das Exegeses e homilias, o desafio que ele, por sua vez, recebera, de publicar as minhas manias. Está a criar-se uma cadeia em torno do tema. Pois bem, cá vão algumas de que me lembro, e que são muito minhas:
1. Dormir só com cuecas ou boxer, em qualquer estação do ano. Com efeito, a única coisa que tolero sobre o corpo é mesmo o lençol, a que acresce, no Outono e Inverno, cobertor e edredon. Houve tempos em que dormia nu, mas passei a cobrir as partes pudendas por motivos de higiene.
2. Em Chaves, à noite, neste Inverno, vou com frequência ao carro, estacionado no quintal, ver se já sobre ele se forma geada e se está frio. Quando assim é, regojozi-me por viver numa região em que o Inverno é mesmo Inverno e por, graças a Deus, estar quentinho dentro de casa. Fico desiludido e solto um grande "Ooohhhh!!!!" quando não geia.
3. A conduzir, verifico sistematicamente o registo dos quilómetros feitos desde o último abastecimento, procurando tirar a média de consumo.
4. Frequentar quase obessivamente os mesmos versículos bíblicos, em momentos de necessidade ou inquietação.
5. Tomar um copo de kefir em jejum.
6. Ir às caldas de Chaves encher três garrafas de 1,5 l de água mineral saborosíssima a 70º C para consumo doméstico. Toda esta região é de águas minerais e termais (Chaves, Vidago, também no concelho de Chaves; Pedras Salgadas, no concelho de VIla Pouca de Aguiar; Carvalhelhos, em Boticas).
7. Comprar no Minipreço umas bolachas digestivas revestidas de chocolate que sabem a maná (salvo seja), e que devoro com sofreguidão!
8. Queijos… queijos… o meu fiel amigo, o meu bacalhau: camembert, roquefort, edam, serra, azeitão, de Castelo Branco picante, brie, alentejano, de cabra, para barrar, a meio da manhã, como sobremesa ao almoço ou jantar…
9. Aaahhhnnn… Se me lembrar de outra, ou se outra entretanto inventar, publicá-la-ei.
Próximos na cadeia, a quem endereço o desafio: Through the window, My precious things
1. Dormir só com cuecas ou boxer, em qualquer estação do ano. Com efeito, a única coisa que tolero sobre o corpo é mesmo o lençol, a que acresce, no Outono e Inverno, cobertor e edredon. Houve tempos em que dormia nu, mas passei a cobrir as partes pudendas por motivos de higiene.
2. Em Chaves, à noite, neste Inverno, vou com frequência ao carro, estacionado no quintal, ver se já sobre ele se forma geada e se está frio. Quando assim é, regojozi-me por viver numa região em que o Inverno é mesmo Inverno e por, graças a Deus, estar quentinho dentro de casa. Fico desiludido e solto um grande "Ooohhhh!!!!" quando não geia.
3. A conduzir, verifico sistematicamente o registo dos quilómetros feitos desde o último abastecimento, procurando tirar a média de consumo.
4. Frequentar quase obessivamente os mesmos versículos bíblicos, em momentos de necessidade ou inquietação.
5. Tomar um copo de kefir em jejum.
6. Ir às caldas de Chaves encher três garrafas de 1,5 l de água mineral saborosíssima a 70º C para consumo doméstico. Toda esta região é de águas minerais e termais (Chaves, Vidago, também no concelho de Chaves; Pedras Salgadas, no concelho de VIla Pouca de Aguiar; Carvalhelhos, em Boticas).
7. Comprar no Minipreço umas bolachas digestivas revestidas de chocolate que sabem a maná (salvo seja), e que devoro com sofreguidão!
8. Queijos… queijos… o meu fiel amigo, o meu bacalhau: camembert, roquefort, edam, serra, azeitão, de Castelo Branco picante, brie, alentejano, de cabra, para barrar, a meio da manhã, como sobremesa ao almoço ou jantar…
9. Aaahhhnnn… Se me lembrar de outra, ou se outra entretanto inventar, publicá-la-ei.
Próximos na cadeia, a quem endereço o desafio: Through the window, My precious things
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
caricaturas 2 — "O Ministro Tuga"
O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, o "patriota" que o Dr. Garcia Pereira preferia como candidato à Presidência da República, reagiu ao caso das caricaturas criticando o acto de publicação, com a alegação de que «a liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade. Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados. O que se passou recentemente nesta matéria em alguns países europeus é lamentável porque incita a uma inaceitável 'guerra de religiões' - ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta, Abraão». E ainda: «a liberdade de expressão (...) tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros».
Quatro vergonhas nestas palavras: condenação implícita e ingerência controleira na liberdade de expressão; não condenação da reacção da generalidade dos muçulmanos, mesmo dos que vivem livremente na liver Dinamarca, como deveria; desculpabilização desta reacção com a falaciosa alegação da provocação; finalmente, envergonhou Portugal e a Europa.
Com efeito, ainda que a intenção de quem publicou fosse chocar, caberia aos muçulmanos escolher a forma de reagir. Não há justificação para as acções que tomaram. A liberdade de expressão implica também a liberdade de ser processado em tribunal por quem se sente ofendido. Porque não ocorreu tal aos muçulmanos da Dinamarca? Como se lê no Público de ontem, só procuraram "reuniões" com o jornal e com o governo, após o que internacionalizaram a questão, fazendo "reuniões" com líderes muçulmanos de outros países. Não conhecem as leis da Dinamarca? O tribunal e um processo por difamação parecia ser o mais óbvio. Não existe separação de poderes na Dinamarca? Não o sabem os muçulmanos que lá habitam?
É um ministro tuga, com certeza. Há um século atrás, vociferavam os republicanos por tibiezas destas na monarquia. Precisaremos de uma nova revolução? Não, talvez que o Ministro se demita. Penso que é suficiente para tal. Recorde-se que foi este ministro que, antes de o ser, enquanto cidadão, expressou, e bem, críticas à invasão do Iraque por George W. Bush. Uma vez investido deste cargo, é-lhe exigida diplomacia, mas também que permaneça firme e seja coerente nas convicções, e não o jogo de estar bem com Deus e o diabo.
Na carta de Tiago 1:6-8 lê-se uma boa lição que se pode aplicar a este espírito de catavento.
Talvez alguém se lembre de fazer uma caricatura do ministro...
segunda-feira, fevereiro 06, 2006
Paz como um rio
Chaves, ponte romana de Trajano, séc. II d.C., sobre o rio Tâmega.
Esta ponte tinha dezoito arcos sobre o rio, actualmente tem nove. Os restantes foram soterrados sob as construções marginais, o que significa que, ao longo de séculos, se foi roubando leito ao rio e estreitando as margens. A última grande transformação do género data do séc. XIX, quando também se alargou o tabuleiro e se colocaram guardas de ferro, sendo as originais de pedra.
Os engenheiros romanos fizeram grandes obras, e duradouras.
caricaturas
Publiquei há dias neste blog uma vinheta de humor cristão, da reverendfun. Ofende?
Lembrei-me disto a propósito da publicações de caricaturas de Maomé (Muhammad), profeta do Islão, num jornal dinamarquês primeiro, e de outros países depois, e da reacção dos muçulmanos em todo o mundo, quer das multidões, quer das lideranças religiosas, com o beneplácito das autoridades políticas dos respectivos países.
Não é politicamente correcta a minha reflexão, mas tenho de a fazer. Admito que a liberdade de expressão possa ter os limtes do bom senso, do decoro, do respeito pela reputação e convicções dos outros e da boa educação. Não quero contribuir para um choque civilizacional, pois carecemos antes do esforço no sentido contrário, mas como pode capitular perante tanta susceptibilidade do Islão? Pediram os muçulmanos perdão pelas persesuições de que são alvo, nos seus países, todos quantos não professem a sua religião, designadamente os cristãos? Pediram desculpas pela forma torpe como ridicularizam Israel na sua imprensa (e não defendo aqui Israel, pois esta nação não é especial, é como as demais, ímpia, pois não está em Cristo)? Pelos seres humanos que mandam em série pelos ares com bombas? Pela forma como tratam as mulheres? Pelo assassínio de um cineasta holandês por um muçulmano no país que o recebeu, e que é conhecido pela tolerância mais liberal do Ocidente, precisamente a Holanda? E vejam-se as exigências e pressões que os muçulmanos residentes na Europa colocam, nas nações onde vivem, à sua especificidade de cultura, como a exigência do direito de usar véu. E é coisa que não contesto, que admito como direito legítimo.
Mas como entender esta dualidade? Querem do Ocidente o que eles mesmos lhe negam. Tomam a nuvem por Juno, confundem a liberdade de imprensa exercida por meia dúzia de jornais europeus com os países europeus, com os cidadãos europeus, com os governos europeus, com a União Europeia. Esquecem-se duma assentada da ajuda humanitária que a União Europeia envia para os árabes da Palestina, e do tradicional pacifismo e bom relacionamento dos países escandinavos têm tido com os países árabes e muçulmanos e desatam a queimar bandeiras e a destruir embaixadas! Sim, as massas ignaras — poder-se-á dizer. Mas que fazem os esclarecidos líderes desses países e dessa religião? Será o seu esclarecimento maior do que o das massas? Talvez lhes importe, por motivos de manutenção de influência, que as massas permaneçam ignorantes fanatizadas.
Contudo, tudo isto não deixa de me fazer pensar que, em boa medida, usam a tíbia tolerância do Ocidente para impor a sua intolerância se comportam como quem vomita na mão que o alimenta.
Entendo que o Ocidente deve fazer valer os seus argumentos, sem dobrar a sua cerviz às susceptibilidades do Islão. Porque haverá o mundo de ser refém do temperamento iracundo desse Islão? Onde está reciprocidade do respeito, do respeito que se deve entre iguais? De que nos havemos de envergonhar? Somos como somos, pela graça de Deus ou sem ela — mais sem ela, pois Deus está ausente da cultura, da intelectualidade, da governação e até da Constituição europeias. Não o somos contra o Islão. O problema em tudo isto chama-se crónica dependência ocidental do petróleo…
Tenho pena que o Islão (ou certo Islão, quiçá o maioritário) queira ser Islão contra o Ocidente. Que isto não ajude a esquecer a feliz experiência de vanguarda nas ciências, nas técnicas, na arte, na cultura, na poesia, na tecnologia, no desenvolvimento, na língua, na civilização e no requinte dos Árabes e do Islão do passado. Em especial os sete séculos de tolerância, boa vizinhança no espaço europeu chamado Península Ibérica, quando o resto do continente vivia o subdesenvolvimento da Idade Média bárbara.
Lembrei-me disto a propósito da publicações de caricaturas de Maomé (Muhammad), profeta do Islão, num jornal dinamarquês primeiro, e de outros países depois, e da reacção dos muçulmanos em todo o mundo, quer das multidões, quer das lideranças religiosas, com o beneplácito das autoridades políticas dos respectivos países.
Não é politicamente correcta a minha reflexão, mas tenho de a fazer. Admito que a liberdade de expressão possa ter os limtes do bom senso, do decoro, do respeito pela reputação e convicções dos outros e da boa educação. Não quero contribuir para um choque civilizacional, pois carecemos antes do esforço no sentido contrário, mas como pode capitular perante tanta susceptibilidade do Islão? Pediram os muçulmanos perdão pelas persesuições de que são alvo, nos seus países, todos quantos não professem a sua religião, designadamente os cristãos? Pediram desculpas pela forma torpe como ridicularizam Israel na sua imprensa (e não defendo aqui Israel, pois esta nação não é especial, é como as demais, ímpia, pois não está em Cristo)? Pelos seres humanos que mandam em série pelos ares com bombas? Pela forma como tratam as mulheres? Pelo assassínio de um cineasta holandês por um muçulmano no país que o recebeu, e que é conhecido pela tolerância mais liberal do Ocidente, precisamente a Holanda? E vejam-se as exigências e pressões que os muçulmanos residentes na Europa colocam, nas nações onde vivem, à sua especificidade de cultura, como a exigência do direito de usar véu. E é coisa que não contesto, que admito como direito legítimo.
Mas como entender esta dualidade? Querem do Ocidente o que eles mesmos lhe negam. Tomam a nuvem por Juno, confundem a liberdade de imprensa exercida por meia dúzia de jornais europeus com os países europeus, com os cidadãos europeus, com os governos europeus, com a União Europeia. Esquecem-se duma assentada da ajuda humanitária que a União Europeia envia para os árabes da Palestina, e do tradicional pacifismo e bom relacionamento dos países escandinavos têm tido com os países árabes e muçulmanos e desatam a queimar bandeiras e a destruir embaixadas! Sim, as massas ignaras — poder-se-á dizer. Mas que fazem os esclarecidos líderes desses países e dessa religião? Será o seu esclarecimento maior do que o das massas? Talvez lhes importe, por motivos de manutenção de influência, que as massas permaneçam ignorantes fanatizadas.
Contudo, tudo isto não deixa de me fazer pensar que, em boa medida, usam a tíbia tolerância do Ocidente para impor a sua intolerância se comportam como quem vomita na mão que o alimenta.
Entendo que o Ocidente deve fazer valer os seus argumentos, sem dobrar a sua cerviz às susceptibilidades do Islão. Porque haverá o mundo de ser refém do temperamento iracundo desse Islão? Onde está reciprocidade do respeito, do respeito que se deve entre iguais? De que nos havemos de envergonhar? Somos como somos, pela graça de Deus ou sem ela — mais sem ela, pois Deus está ausente da cultura, da intelectualidade, da governação e até da Constituição europeias. Não o somos contra o Islão. O problema em tudo isto chama-se crónica dependência ocidental do petróleo…
Tenho pena que o Islão (ou certo Islão, quiçá o maioritário) queira ser Islão contra o Ocidente. Que isto não ajude a esquecer a feliz experiência de vanguarda nas ciências, nas técnicas, na arte, na cultura, na poesia, na tecnologia, no desenvolvimento, na língua, na civilização e no requinte dos Árabes e do Islão do passado. Em especial os sete séculos de tolerância, boa vizinhança no espaço europeu chamado Península Ibérica, quando o resto do continente vivia o subdesenvolvimento da Idade Média bárbara.
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