quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ser pai…




Ser pai… humm…

A aventura de um pai em início de carreira.
Pegar nos braços, segurar a cabecinha para não tombar, mudar para o outro braço, falar com ela, rir para ela, elogiá-la com muitos diminutivos e palavras de doçura, chamá-la, mimá-la, profetizar para ela um grande futuro em Deus, enchê-la de beijinhos, acariciá-la, apreciar cada esgar facial, cada boquinha, cada beicinha, franzir de sobrolho, esboço de sorriso. Limpar-lhe os beiços quando bolsa, cheirá-la para saber se fez chichi e cocó, mudar-lhe a fralda, despi-la, dar-lhe banho, vesti-la, limpar-lhe o nariz e as orelhas com um cotonete molhado em soro.
Correr ansiosamente a cada um dos seus choros, pegar nela, pôr-lhe a chupeta, embalá-la nos braços, dar-lhe palmadinhas no traseiro, sentir-me impotente quando chora de cólicas. Rir quando dá umas flatutências e chamar-lhe "cagona!"
Ter de a dar à mãe quando penso que falhei em consolá-la, e ficar ciumento porque o cheiro da mãe e a promessa da mama da mãe a tranquiliza mais do que nada.
Dormir intermitentemente de noite com os seus ciclos de choro e sono.

Ter um coração que ama, que protege, que cuida, mas que ainda não definiu bem os sentimentos que tem, pois o meu ventre não a suportou. Mas um coração que está a descobrir, a aprender.