“Tudo está cumprido.”
Evangelho segundo João 19:30
Para sempre se desfizeram
os equívocos dos espelhos
para sempre ficaram em branco
os velhos teares
cobriram-se de pó
as mãos que acendiam a chama
o ar mudou no coração
do eclipse
deixou de ser possível
continuar a percorrer
os extintos valados
já não são navegáveis
as águas de outrora
tornaram-se salobras
na pele
de espinhos cravados nas pupilas
sentimos escorrer pelos dedos
no suor e no sangue
o fim
o necessário fim
22/08/11
1 comentário:
Rui, que boa surpresa encontrar tanta poesia em seu blog. Eu estava procurando coisas sobre Fílon e acabei me deparando com o seu blog.
Agora, voltarei frequentemente.
Um abraço desde o Brasil,
Cesar
Ah, tenho mantido um blog, não tão poético quanto o seu, claro: www.abuscadosaborososaber.blogspot.com
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