sexta-feira, janeiro 20, 2006

Dói-nos a vontade de Deus?

Afirmou C. S. Lewis: "Não é que duvidemos que Deus nos proporcionará o melhor, mas é que questionamos quão doloroso o seu melhor será para nós!"

A paz de ser humano com o seu Criador custou a própria dor deste.
Lázaro teve de morrer, e as lágrimas de desespero e saudade pela sua partida tiveram de correr para que Deus realizasse algo maior, a sua miraculos ressurreição, e para que as irmãs, familiares, vizinhos e amigos do morto cressem na Ressurreição e na Vida que Jesus é.
Paulo não questionou nem rejeitou, mas aceitou alegremente o que lhe fora predito que sofreria ao entrar em Jerusalém. Aceitou-o alegremente, e como uma honra, porque sofreria por amar Jesus, e porque conhecer intimamente era muito mais sublime do que todo o sofrimento, e valia bem o preço de todo o sofrimento.
Abraão teve o seu coração trespassado quando lhe foi exigido o sacrifício do seu próprio filho, o filho prometido, mas não deixou de acreditar que a promessa de Deus, de que esse filho lhe daria prolífica posteridade, se manteria, que Deus não alterara a palavra outrora dada e sempre repetida. Como? Deus poderia ressuscitá-lo!
Coração trespassado teve Maria, a mãe de Jesus, pois, apesar de este ser Deus e seu Senhor, era homem, e filho das suas entranhas, quando ele foi severamente torturado, escarnecido, traído e crucificado. Uma mãe como qualquer outra, que ame os seus filhos, chora a morte deles.
Outros exemplos de sofrimento por causa do cumprimento da vontade de Deus: Jeremias, Isaías, profetas, João Baptista. Todas estas foram pessoas que não se perguntaram qual seia o custo da obediência a Deus ou, pelo menos, se a pergunta lhes surgiu no espírito, subjugaram-na à determinação em obedecer.
Em todos os casos, o bem resultante foi sempre infinitamente mais compensador do que a dor, breve embora cruel, que homens e mulheres experimentaram.

A vontade de Deus — estou certo — não dói necessariamente. Lemos, com efeito, em Romanos 12:2, que ela é boa, perfeita e agradável. Em todo o caso, não haverá sempre algo nela que de algum modo nos contraria, nos nossos desejos, preferências, amores e ódios pessoais, auto-justiças?

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