email enviado ao "cidadão e pai" Pedro, via Portal do Governo
Sr. Primeiro-Ministro
Já se tinha percebido que V. Exa. é incompetente e impreparado e que é um erro de "casting" no cargo que ocupa. Repetidamente insultou os seus concidadãos, chamando-lhes "piegas" e "histéricos", e convidando-os a emigrar. Também já se tinha percebido uma coisa, e que ficou mais claro após o anúncio das últimas medidas de austeridade: V. Exa. é cobarde, ao preferir manter os privilégios de certos sectores (dos energéticos, dos financeiros, dos políticos do aparelho partidário, das obediências maçónicas, limitando-se a umas vagas declarações de que interviria aí, mas sem que tal se tenha traduzido, até ao momento, em algo de substancial); mentiroso (ao fazer o que jurou no consulado do seu antecessor que não faria: impor mais sacrifícios aos mesmos, desigualmente, em especial sobre os funcionários públicos e os pensionistas; ao não mexer nos sorvedouros das parcerias público-privadas); um malabarista político (ao querer tornear o acórdão de inconstitucionalidade por parte do Tribunal Constitucional de uma forma que se traduz numa violação do espírito do mesmo, em repor com uma mão para retirar com a outra).
Na sequência de tudo isto, teve o cidadão e pai Pedro a desfaçatez de publicar uma pungente nota no seu Facebook, chamando os seus condidadãos de "amigos". Os seus concidadãos não são seus amigos, nem V. Exa. é amigo deles. Os seus concidadãos não se deixam comover por essa manobra. V. Exa. conseguiu a unanimidade das críticas: não apenas da oposição política, mas também de companheiros do seu partido, de comentadores políticos, de sindicatos e de congregações patronais. Todos apontam a ineficácia e a estultícia das medidas enunciadas. Notável feito. Não espere a compreensão dos Portugueses mas a oposição. A sua declaração constitui mais um insulto à inteligência destes.
O seu tirocínio como Primeiro-Ministro deste país já terminou. V. Exa. não passou no teste. Recomenda-se o mínimo de dignidade e de respeito por Portugal: demita-se. Regresse às funções que antes desempenhava e para as quais poderia até ser competente. Não para as actuais. Não se trata de fugir às responsabilidades, mas de honrar o espírito do código de trabalho que V. Exa. fez questão de fazer aprovar: demissão por inadaptação à função, para dar a oportunidade a outro, com maior competência, coragem e maior sentido de serviço público.
Com os melhores cumprimentos,
Rui Duarte
Doutorado em Literatura
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