“… em casa da prostituta, chamada
Raab…”
Josué, 2:1
cada olho da minha casa
dá para um dos lados da muralha
do lado de fora
corre um vento raso
aos murmúrios que ameaça
aplicar-se às trompetes da declaração
de guerra um vento que sobe
e penetra na minha casa até falar
às paredes com a promessa
que ela será para os projécteis
uma pedra firme no invisível
do lado de dentro chega-me
o pão e o valor do comércio
da minha vida
no chão do meu corpo
é o lado em que sou
por umas poucas horas
a estrela mais ascendente
e nas seguintes a mais cadente
de um lado chega vê-se
uma miragem no deserto
do outro conheço quanto deserto
do outro conheço quanto deserto
há dentro da miragem
entre dentro e fora
da muralha de Jericó
oscila a minha casa
oscila dentro de mim
Rui Miguel Duarte
3/05/12
Sem comentários:
Enviar um comentário