“sempre que tenho de falar, trava-se-me a língua na boca”
Livro de Êxodo 4,10
Não falo, Senhor,
porque não sei
não há arcadas
que sustentem a minha voz
trava-se-me a língua é coxa
sempre que tenho
de discorrer sobre geada
o que me pedes, Senhor,
é como se cortasse
com lâmina mal afiada
a cabeça dum condenado,
não
me constranjas, Senhor,
a rasgar o silêncio
dentro do peito
fazê-lo falar mais o faz calar
como penedos corroídos
ao vento
1/02/12
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