Nova vida, abundante vida, tudo quanto pode proporcionar um encontro pessoal e radical com uma pessoa especial. A contracultura da nova criação, em Jesus Cristo. N.B.: Este blog está em desacordo com o chamado novo acordo ortográfico de 1990.
sexta-feira, janeiro 28, 2011
Europa anti-cristã
quarta-feira, janeiro 12, 2011
DISCURSO XENÓFOBO
O discurso xenófobo tem incongruências, cretinices e desactualizações irresolúveis.
Um luxemburguês de extrema-direita, de sua graça Pierre Peters, publicou uns panfletos inflamados com o título "Auslänner eraus" (Estrangeiros, rua!). Entre os visados, pois claro, os Portugueses. E evidentemente: os estrangeiros são os responsáveis das maleitas do país.
Pois bem, que todos os estrangeiros deixem este país, e da posição de pódio de ranking mundial de PIB e de bem-estar passará para meio da tabela. Quem faria a "menage" a esse senhor, quem lhe lavaria a roupa, quem o serviria à mesa no restaurante, quem lhe lavaria o traseiro se de repente tivesse de ser internado no hospital e ficasse impossibilitado de o fazer por si próprio? Uhm… E já agora, os investidores financeiros internacionais saiam do Luxemburgo. E lá voltará esse país à condição de um Haiti da Europa e cliente privilegiado do FMI.
Não é tese defendida pela maioria os cidadãos e naturais deste país. Mas espanta-me como este discurso, no Luxemburgo ou em qualquer outro país (também o há em Portugal) ainda exista. Espanta-me tamanha falta de uso dos neurónios — para não falar do carácter racista, que é por si só motivo de vómito. Mesmo que nas franjas da sociedade, por vezes este discurso ressurge e a comunicação social dá-lhe destaque — e eis outra coisa que me espanta.
À SOMBRA DA FIGUEIRA
“«Antes de Filipe te chamar, quando estavas debaixo da figueira, já eu te tinha visto», respondeu-lhe Jesus.”
Evangelho de João, 1:48
À sombra da figueira busca
a raiz do Livro da Lei
à sombra da lei da árvore de Israel
medita no lume aceso pelos cordeiros
no Templo na menorah que arde
à sombra da figueira
come a trama dos dias
e conhece de cor o aroma dos frutos
pastoreia os pensamentos tange-os
das letras para longe deste campo
passeia pelo Mar que o Senhor
fez os pais atravessarem
sem que uma gota de água
lhes molhasse os pés
e põe a mão sobre a cabeça
do último egípcio que ainda respira à tona
à sombra da figueira
faz morada no salão do palácio
onde crepita a voz e o ceptro
do Rei, o Messias que o povo espera
constrói um reino e desfaz impérios
Rui Miguel Duarte
11/01/11
domingo, janeiro 02, 2011
CONTAGEM
“Abraão lança os olhos
ao lume longínquo”
J. T. Parreira, “Contagem de estrelas”
Dissera Deus a Abraão
o pai de miríades de nações,
que contasse as estrelas
e contaria os pés
dos filhos
e dos filhos dos filhos
essas seriam as contas
amplíssimas das areias
mais do que as águas do mar
ao retirarem-se
diante das marés
dos filhos, das nações amplíssimas
do seu pai, avançando
sobre a palma da terra
e as costas dos oceanos
conquistadores dos continentes e ilhas
Abraão que contasse
que lançasse os olhos
na demora dos lumes
do céu
E Abraão contou
Abraão contou
os intervalos entre elas
Abraão contou os pêlos
da barba branca
e os intervalos
entre os cabelos
que lhe faltavam
24/12/10