sábado, novembro 04, 2006

De volta…

De volta…
Mais de um mês de ausência. É bom estar de volta. Perdi leituras de colegas e amigos de outros blogs. Perdi notícias de Portugal.
A 26 de Setembro, a France Telecom cortou-nos net e telefone, pois mudámos de operador. E esperámos dois meses (até anteontem) para que a linha migrasse completamente para esse novo operador. O mesmo acontece em Portugal, quando se cancela contrato com a PT se migra para uma outro operador. Coisa já possível e relativamente rápida nos grandes centros. O meu pai, por exemplo, que mora na Amadora, teve 4-horas-4 sem net nem telefone para migrar conpletemante da PT para outro operador. Aqui, onde moramos, é uma aldeiazinha. Durante este mês, tenho dependido do favor de uns primos da Cristina e do meu pastor para consultar a net e ver o correio.
Só anteontem, como disse, nos chegou o bendito modem. E somente após muita insistência, tendo de telefonar com cartão de uma cabina para o número de clientes e pagando 0,34 €/minuto! E o mais surpreendente é que os fulanos já se querem cobrar de uma factura a contar de 27 de Setembro, pois segundo eles a linha já estava activa com "dégroupage total"! Obviamente que acabámos de enviar carta de reclamação.
Nós, os Portugueses, temos o mau hábito de verberar os males pátrios com a célebre expressão "só neste país!" Este hábito revela ignorância, denota que nunca saímos do país e que ignoramos que a espécie humana, em todas as latitudes e longitudes, é repleta de defeitos. Onde está um ser humano, há problema. Nunca mais o direi. Há coisas muito más em Portugal (por exemplo, a impunidade dos grandes prevaricadores, a fantochada que é a justiça), outras muito boas. E França, que se acha luz da civilização??!!

Entrentanto, outras coisas sucederam. Do céu ao abismo. Descobrimos que a Cristina estava grávida. Logo recebemos no coração o que críamos fosse uma menina. Ao fim de cerca de 6 semanas, começou a sangrar e com contracções. Receámos um aborto. E a Cristina, antes de ter a Eunice, já tinha tido um aborto natural, aos 3 meses e meio. E veio o receio de que se repetisse. O ginecologista dela receitou progesterona para evitar o aborto. Mas passaram-se 9 dias, em casa, de baixa, com perdas de sangue, dores no ovário e no baixo ventre grande fadiga. Com o medicamento procurava-se um efeito, o organismo reagia ao contrário. A ecografia nada viu. E o fim da gravidez foi confirmado por análise sanguínea.
É provável que o embrião se tivesse implantado fora do útero, na trompa quiçá, o que explicaria que a ecografia nada detectasse e que o organismo promovesse a expulsão.

Fiquei abalado. Depositava grandes esperanças nessa gravidez. Era a filha(?) tão desejada. Orei, clamei. Repreendi o inimigo. Formulei muitas perguntas, busquei causas: falta de fé minha ou da mãe, ou o quê? Porque se perdeu esta oportunidade de ser pai???
A Cristina apenas me disse que um episódio bíblico lhe foi trazido à mente: o dos três amigos na Babilónia, que, na iminência de serem lançados num forno, mantiveram a fé em Deus e deixaram claro ao rei que Deus era poderoso para os livrar dessa provação, mas que se o não fizesse, eles não dobrariam diante do rei, mas de Deus. O rei que nessa hora nos intimava a dobrar o joelho era o do desânimo, da decepção com Deus, da morte da fé no nosso coração. Apesar de não haver respostas, Deus continuaria a ser o soberano, senhor das nossas vidas e das promessas que n'Ele temos, e a ser digno de louvor.
A Cristina recuperou. O aborto foi nas primeiras semanas, foi natural, e as sequelas não serão grandes. E o médico já deu ordem de marcha para outro trabalho. Quarentena para quê? Ainda esperamos na promessa, pois creio que, se foi semeada no nosso coração, Deus a cumprirá. Apesar da dor — seria a primeira carne da minha carne — também transpus o obstáculo. E teremos a nossa menina.

P.S.: Na terça terei uma entrevista com responsáveis de letras clássicas na faculdade de letras da Universidade de Metz. Há, pelo menos, abertura para me conhecerem. Será esta a porta que Deus abrirá? Pelo menos, é o desejo e a aspiração do meu coração: trabalhar em ensino e investigação num instituto de investigação ou universidade. E cada um é para o que está chamado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Rui: É bom voltar a ler-te!
Vejo que Deus colocou do teu lado uma mulher de fé, que com certeza te irá ajudar na tua caminhada.
A vossa provação foi grande, sem dúvida, mas sabemos que Deus tira bem de tudo quanto nos parece mal.
Para quê esta situação? O tempo to dirá!
Quanto a mim, passarei de novo por aqui!
PAra partilhas.
DVA

Tinoca Laroca disse...

A nossa Fé é baseada em algo que vai apra além da carne.
Deus não promete que aqui na terra não sofreriamos provações, que os cristãos eram isento dos males do mundo, prometeu sim que Ele venceu o mundo!
Então, junto-me a vocês, como irmã em Cristo, para vos dizer que estou aqui, longe, mas perto.
E continuem em frente com os sonhos e projectos.
Vivendo um dia de cada vez, porque do amanhã Deus cuida.
God bless you.
T.

Anónimo disse...

Bem vindo de volta!
Ânimo!!!

rui miguel duarte disse...

Queridos amigos:
Muito, muito obrigado pelas vossas palavras.
Devolvo as bênçãos.

Jorge Oliveira disse...

Bem boltado! :))
Deus vos abençoe.
Abraços