passei sobre as árvores
fiz-me familiar
da nudez áspera dos picos
transpus os ares de ilharga fria
mordi nos lábios
o sangue turvado
estendi os braços e até estes
quase me abandonaram
passei pelas entranhas do pesadelo
deixando uma rasto de vento
que teimava
em se incrustar nos pés
passei, febril, ferido
por salteadores da noite
para ao cabo de tudo ao cabo do mar
no orvalho da espuma
te encontrar
17/09/11
Nova vida, abundante vida, tudo quanto pode proporcionar um encontro pessoal e radical com uma pessoa especial. A contracultura da nova criação, em Jesus Cristo. N.B.: Este blog está em desacordo com o chamado novo acordo ortográfico de 1990.
quarta-feira, setembro 21, 2011
sábado, setembro 10, 2011
TRATADO DA LEVEZA
κοῦφον γὰρ χρῆμα ποιητής ἐστιν καὶ πτηνόν καὶ ἱερόν
“leve, alada e sagrada coisa é o poeta”
Sócrates, em Platão, Íon 534b
o poeta pousa
sobre a face do mundo
penas são no jogo do voo
mas isentos de sossego
a leveza logo pousa no vento
pensando bem, a essência do poeta
é alada o seu coração está nos espaços siderais
a voz na nomeação das estrelas
como um homem santo
cujas mãos habitam na contemplação das sarças
a que elas próprias lançaram o fogo do monte
à escuta em cada grão que se solta rubro
do crepitar de Deus
o poeta toca com as asas
na face do mundo
deus longínquo que se chega
e nos aproxima
de nós
5/09/11
“leve, alada e sagrada coisa é o poeta”
Sócrates, em Platão, Íon 534b
o poeta pousa
sobre a face do mundo
penas são no jogo do voo
mas isentos de sossego
a leveza logo pousa no vento
pensando bem, a essência do poeta
é alada o seu coração está nos espaços siderais
a voz na nomeação das estrelas
como um homem santo
cujas mãos habitam na contemplação das sarças
a que elas próprias lançaram o fogo do monte
à escuta em cada grão que se solta rubro
do crepitar de Deus
o poeta toca com as asas
na face do mundo
deus longínquo que se chega
e nos aproxima
de nós
5/09/11
GROUND MINUS ZERO
“O conselho dos anciãos já não se reúne às portas da cidade nem os jovens tocam os seus instrumentos de música.”
Lamentações de Jeremias 5:14
tudo cessou naquela manhã
quando os pássaros se desviaram da rota
em que as andorinhas se tornaram
abutres de sangue dragões de fogo
de cor negra manchando o azul
tudo cessou nas bocas, o canto
mesmo o espanto, os murmúrios
dos velhos nas portas, nos jardins
as flores foram as primeiras a beber
a morte, quando uma mão
as pintou de cinza, tão cinza como ela
tudo cessou, a música
que a cidade se habituou
a ouvir enchendo as ruas vibrando
nos arranha-céus foi na saudade
tudo se precipitou nos buracos da terra,
mas ei-los de novo no rés-do-chão
eis de novo as árvores com alma de Fénix
ei-las de novo com porte e copas de vida
11/09/11
para o 10.º aniversário do 11 de Setembro
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11 de Setembro,
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Rui Miguel Duarte
quinta-feira, setembro 01, 2011
RICOS
Charles Aznavour, em entrevista ao noticiário das 20h da TF1, acabou de dizer que estaria disposto a contribuir pessoalmente com o aumento dos impostos sobre os rendimentos dos ricos. Mas que essa não era a sua missão; se o governo lho pedisse, não lhe caberia a ele forçar essa contribuição, mas estaria disposto a aderir. Mas isso é em França, pois em Portugal ricos não existem.
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Charles Aznavour,
Impostos sobre os ricos,
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