Uma versão moderna do imortal conto, do blog do Vítor Mota. Não sei se é dele ou de outrem, mas merece um lugar numa antologia de prosa bué. Bom também para usar em aulas de português de 2º ciclo. Daaahhhh!! para quem não ler.
«Cinderela para os dias de hoje
" Há bué da time, havia uma garina cujo cota já tinha esticado o pernil e que vivia com a chunga da madrasta e as melgas das filhas dela.
A Cinderela (Cindy p'ós amigos), parecia que vivia na prisa, sem tempo p'ra sequer enviar uns mails. Com este desatino todo, só lhe apetecia dar de frosques, porque a madrasta fazia-lhe bué da cenas. É então que a Cindy fica a saber da alta desbunda que ia acontecer: Uma rave!!! A gaja curtiu tótil a ideia, mas as outras chavalas cortaram-lhe as bases. Ela ficou completamente passada, mas depois de andar à toa durante um coche, apareceu-lhe uma fada baril que lhe abichou uma farda baita bacana, ela ficou a parecer uma g'anda febra. Só que ela só se podia afiambrar da cena até ao bater das 12. Tás a ver, meu
A tipa mordeu o esquema e foi para a borga sempre a bombar.
Ao entrar na party topou um mano cheio da papel, que era bom comó milho e que também a galou logo ali. Aí a Cindy, passou-se dos carretos, desbundaram "ól naite long", até que ao ouvir as 12, ela teve de se axandrar e bazou. O mitra ficou completamente abardinado quando ela deu de frosques e foi atrás dela, mas só encontrou pelo caminho o chanato da dama. No dia seguinte, com uma alta fezada, meteu-se nos calcantes e foi à procura de um chispe que entrasse no chanato.Como era um ganda cromo, teve uma vaca descomunal e encontrou a maluca, para grande desatino das outras fatelas que ficaram a anhar."
Fim: Tá-se bem.»
3 comentários:
parecia que estava a ver uma cena da actual prosa televisiva para os adolescentes...
hahaha
Bjs.
T.
ps: concordo. deve usar este conto nas aulas de português. Infelizmente, cada vez menos se sabe falar e escrever na lingua - madre.
Usar este texto nas aulas de Português seria útil como contraste entre formas diferentes de expressão. Poder-se-ia convidá-los a contar o conto usando outras palavras. E a confrontar erros ortográficos, sendo que tal prosa é nalguns casos fonético (transcreve como se fala), por ex. "ganda", despertando algum sentido autocrítico.
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