Nova vida, abundante vida, tudo quanto pode proporcionar um encontro pessoal e radical com uma pessoa especial. A contracultura da nova criação, em Jesus Cristo. N.B.: Este blog está em desacordo com o chamado novo acordo ortográfico de 1990.
segunda-feira, março 16, 2009
Dedicado ao mais celebrado mestre da eloquência de sempre
Demóstenes
Tu não sabes, mas os seixos moldaram-te
Nas praias da Ática
À beira do abandono lançaste o manto à areia
mas o vento elevou-o à altura das fragas
à tua voz e ao teu espírito
Daí o trovão fala às velas
o vento ecoa a elegância do pregão
aquele que faz o povo recobrar a força,
Demóstenes
e Atenas navega
para o porto da liberdade
Espírito e voz moldados
As gerações que se te seguirem
serão mais gagas do que tu
e contigo quererão aprender
na escola, não na vida
a voz e o espírito
o pulmão e o coração
a força e a elegância
a escolha do ritmo e do vocábulo
o relâmpago do raciocínio
e o trovão da paixão
imitarão a tua arte
honrar-te-ão como o mestre perfeito
da invenção, da ordem dos elementos, da beleza e da declamação
citarão os teus incisos, períodos e orações
decalcarão e jurarão sobre a tua eloquência
aspirarão à tua Coroa
Sem seixos, sem praia, sem fragas
sem o fogo e o vento a falarem às entranhas da cidade
sem a neblina propínqua da servidão
o espectro opaco da Macedónia
Quem tiver uma causa uma voz e um espírito e uma palavra
escutar-te-á
e de novo o teu espírito soprará e a tua voz de pedras rugirá
quinta-feira, março 05, 2009
CO2: não podemos exterminá-lo?
A ciência, como a conhecemos hoje (e como talvez desde sempre) tem os seus dogmas, os seus lugares comuns, declarações de fé, mitos. Quando chega ao domínio da divulgação, em revistas, jornais, programas de televisão, perde o rigor e ganha em ridículo, adopta uma retórica ideológica, dogmática, tautológica, religiosa, de verdade revelada, mais do que os próprios discursos dos religiosos que tanto zurze e critica. É assim com os darwinistas (ou neo-darwinistas) e com esses outros sacerdotes das altíssimas verdades da ecologia.
Desde que "descobriu" e "provou" o aquecimento global, que o homem é o grande responsável do fenómeno e que o principal agente gerador do efeito de estufa gerador do mesmo é o dióxido de carbono, sucede-se minuto a minuto a evangelização ecológica contra essa besta apocalíptica do século XXI. Há tempos, passou na televisão francesa um anúncio (não notei a quê, a minha atenção apenas foi chamada pelo que ouvi e vi de seguida) em que se sugeria qualquer coisa como se não se poderiam suspender as emissões de CO2. E a imagem, como se accionada por um comando à distância, parava, as pessoas paravam, tudo parava. Irónico ou não, a única solução para que as emissões de CO2, logo a poluição do planeta, cessem é que paremos, que não façamos nada, que paremos de respirar, que a vida. Ridículo.
Hoje, na rubrica de meteorologia do canal infanto-juvenil Gulli, ouvi algo que me deixou estarrecido: que o planeta não gosta do CO2.
Como?! Fervente de indignação, vociferei:
— Mentira!
A Eunice, com 8 anos, dizia que era verdade. E procurei explicar que não é bem assim. Que nós inspiramos oxigénio e expiramos dióxido de carbono, e que Deus criou o mundo de maneira que com as plantas verdes fosse ao contrário: elas inspiram dióxido de carbono e dão-nos o oxigénio.
Sim, se as árvores e todas as plantas verdes, que são a maioria dos seres vivos do planeta, pudessem falar, imagino que diriam, com maior indignação do que a minha:
— E nós? De que planeta somos?
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