Queria ver-te os olhos, minha filha,
mas escondeste-os de mim
Entraste num navio
ou numa nave espacial
bateste as asas
para onde
só tu podes ir
sonhas, minha filha?
com que sonhas tu?
não se vê sobressalto em ti
a placidez da pela da tua fronte
é um rio de trigo maduro
o teu respirar
os dedos do vento que tangem velas
os teus cabelos
os canais e afluentes de navegação de alto mar
não me queres levar
na cabina de pilotagem
ou no cesto da gávea?
levar-me a montar um cometa em pleno voo?
a encalhar num atol de coral?
se te fizeres amiga de um duende de jardim
pedes-lhe dois malmequeres,
um para mim e outro para a mamã?
é melhor que eu me cale
e te deixe só com o teu soninho
tens todo o teu sonho para percorrer
ao acordares terás para cantar
altissonantes epopeias
e maviosos poemas
5/12/09
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