Até pulverizar os espinhos
da rosa
à força de olhar
até que só reste deles
a raíz cortada
até ao branco
até à nua
altivez do caule
até deixar marcas
nas folhas
com a ponta da faca
dos dedos
aninhar-se na carne ígnea
das pétalas
imbricar-se nas suas volutas
até descer
ao fundo da campânula
tacteante nas patas das abelhas
até esmiuçar os estames
e até à nervura
beber o pólen
até a boca cheia
de açúcar
estar pronta
a conquistar o ar
29/11/09
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