“And the sign said, The words of the prophets are written
on the subway walls and tenement halls
And whispered in the sound of silence”
Simon and Garfunkel, “The sound of silence”
As luzes da cidade não contam
a história dos risos que pararam
do tráfego das pessoas no vaivém
das avenidas espessas
de neblina imanente
Os néones não cantam
a solidão do cimento
não tocam os gritos das sombras chinesas
recortadas pelo Anjo da Morte
nas diminutas janelas
Os sons desse mar de gente
não se consomem com o tempo
cada mão deixou de se anichar no conforto de outra
Aí, nos túneis do metro só as cervicais
são agitadas para um e outro lado
por duas ondas de vácuo
aí, nas galerias dos centros comerciais
atravessadas por sombras árvores andantes
aí, onde ninguém se detém a ouvir
e todos preferem o som do silêncio,
aí, nas paredes vestidas de graffiti
e de cartazes publicitários
e de propaganda aos candidatos
alguém escreveu sem desenhos nem cores
as palavras da profecia
aí, os olvidados profetas deixaram
o seu verbo, para não ser olvidado
aí, na cal ficou a visão
para que alguém ao passar a correr
não deixe de a ver
e a conte e a cante e a grite
16/02/10
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